Investimentos|mercado imobiliário

Efeitos da pandemia sobre empresas de shoppings

Uma das áreas do mercado imobiliário fortemente prejudicadas pelos impactos da pandemia, especialmente no início da crise sanitária, foi a de shopping centers. A necessidade de limitação da circulação de pessoas levou ao fechamento repentino dos centros de compras, com reflexos importantes sobre o faturamento das empresas donas desses espaços — parte delas com ações negociadas na bolsa de valores. A atual retomada das atividades dá um certo alento para o setor, mas ainda há muitas questões que os investidores devem observar.

As receitas dessas companhias listadas — nomes como Multiplan, Aliansce Sonae, BR Malls e Iguatemi — vêm principalmente das locações de espaços para lojistas, dos mais variados portes. Entre eles estão as chamadas lojas-âncora (grandes redes de varejo locadoras de extensas áreas e chamarizes para os consumidores) e as satélites (redes com poucas unidades, com espaços mais modestos, entre lojas e quiosques). Ocorre que, com o fechamento dos shoppings, muitos desses locatários se viram de repente sem vendas — sem dinheiro, portanto — para manter o pagamento dos aluguéis e das despesas relacionadas, como taxas de manutenção e de condomínio.

Encontrar um equilíbrio entre essas duas pontas foi o maior desafio desse segmento no último ano e meio, tarefa ainda mais difícil diante das incertezas inerentes à pandemia. Afinal, ninguém sabia ao certo a ocorrência, a intensidade e a duração das ondas de covid-19, o que prejudicava qualquer planejamento, tanto de shoppings quanto de varejistas.  

Expectativas positivas

O avanço da vacinação, ainda que aquém do desejável, serve de base para as expectativas de recuperação de uma certa normalidade nas receitas neste segundo semestre, o que anima os analistas de bolsa.

De acordo com reportagem do portal Infomoney, o relaxamento das restrições das atividades econômicas permite um certo otimismo com o setor de shoppings na B3. Analistas do banco Credit Suisse, por exemplo, enxergavam, no início de junho, boas perspectivas para companhias como Multiplan e Iguatemi. Na XP, havia sido elevada a recomendação para BR Malls, enquanto o Bradesco BBI tinha expectativa de desempenho acima da média para as ações da Aliansce Sonae.

Em geral, os analistas têm avaliações mais positivas das empresas de shoppings que conseguiram reagir às restrições do distanciamento social com estratégias como a criação dos chamados modelos de omnichannel, que mesclam vendas e entregas online e físicas. Também contam, nessa análise, a localização e a força da marca dos shoppings de cada companhia listada.

Uma radiografia mais completa do setor deve estar disponível até meados de agosto de 2021, quando a maior parte das empresas do setor já vai ter divulgado balanços referentes ao segundo trimestre do ano.

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