Pois a pandemia virou essa lógica de cabeça para baixo: de uma hora para outra as empresas locatárias se viram obrigadas a mandar seus funcionários para o home office, montando estruturas de teletrabalho que esvaziaram os prédios comerciais. O fenômeno ficou ainda mais visível em regiões como a Vila Olímpia, na capital paulista, bairro cujo movimento dependia quase que exclusivamente dos suntuosos edifícios envidraçados que abrigavam grandes empresas de tecnologia, instituições financeiras e bancas de advogados.
O avanço da vacinação e o consequente afrouxamento das medidas de isolamento social, no entanto, permitiram uma reavaliação da possibilidade de volta de pelo menos parte dos funcionários para os escritórios, mesmo que por menos horas do que antes da pandemia. É o que os especialistas chamam de modelo híbrido, que representa também uma luz no fim do túnel para investidores e fundos dependentes desses aluguéis.
Convivência de colaboradores
Os especialistas lembram que, diante de uma situação menos ruim da pandemia no Brasil, as empresas podem avaliar seus perfis e perceber que, mesmo com uma experiência positiva no home office, a presença física e a convivência dos colaboradores no ambiente do escritório não são dispensáveis.
Como mostra reportagem do jornal Folha de S.Paulo, esse modelo híbrido vai exigir mudanças dos imóveis — ponto de atenção para administradores dos ativos de FIIs, por exemplo. A nova realidade requer espaços mais enxutos e, ao mesmo tempo, com distanciamento menor entre estações de trabalho. Salas de reunião, em geral, são dispensadas: espaços menores, reservados por meio de aplicativos, dão conta desse tipo de evento, que ainda por muito tempo deve continuar sendo feito por plataformas de vídeo.