Sem movimento no comércio e no setor de serviços capaz de sustentar os pagamentos das locações, esses valores foram impactados, com reflexos negativos também sobre os preços das cotas negociadas na bolsa de valores (mercado secundário). Vale lembrar que os retornos dos FIIs para os cotistas são resultado da combinação dos dividendos (vindos dos aluguéis) e da variação das cotas na B3. Trata-se, portanto, de uma modalidade de investimento com uma parte fixa e outra variável, sendo a primeira isenta de imposto de renda e a segunda tributada.
Retomada das altas
A retomada do caminho de ganhos que vinha sendo trilhado pelos FIIs antes da pandemia, no entanto, parece evidente nos últimos meses. Levantamento da consultoria especializada em dados de mercado Smartbain publicado em reportagem no portal Valor Investe mostra que no mês de maio 128 dos 198 FIIs com cotas negociadas na B3 tiveram retornos positivos — o que equivale a 65% dos ativos que tiveram negócios no período. De janeiro a maio, considerando 128 FIIs com negociações, 60% (ou 77) tiveram desempenho positivo.
Para se ter uma ideia do impacto da pandemia sobre os FIIs, de maio de 2020 até maio de 2021 apenas 35% dos veículos tiveram performance positiva.
Mais recentemente, em julho, a possibilidade de os FIIs deixarem de contar com isenção de imposto de renda nos dividendos mensais — ideia logo abandonada pelo governo, diante de uma enxurrada de críticas do mercado quanto à proposta de reforma tributária — prejudicou o Ifix, indicador que reúne os fundos dessa categoria negociados na B3. Como ressalta Henrique Garcia, da Smartbrain, o indicador teve perdas de 2,51% no mês de julho; nos sete primeiros meses do ano a queda chegou a 1,60%.