Prédio que originou 1º fundo imobiliário de varejo está vazio há mais de um ano e em disputa judicial

O prédio que deu origem ao primeiro fundo imobiliário vendido em ampla ação de varejo no Brasil está fechado. O Edifício Almirante Barroso, no Centro do Rio de Janeiro – que durante décadas teve seus 56 mil metros quadrados ocupados pela Caixa Econômica Federal e abrigava, inclusive, seu centro cultural carioca – já está há mais de um ano vazio, observou O Globo.

Atualmente pertencente ao fundo imobiliário administrado pelo BTG Pactual, o FAMB11B, o Edifício Almirante Barroso é histórico pela visibilidade que deu a esse tipo de investimento no início da década de 2000, que era quase desconhecido num Brasil que ainda não tinha completado 10 anos sem hiperinflação. As pré-reservas para investimento no fundo remunerado pelo aluguel pago pela Caixa Econômica Federal foram lançadas em 2002 para cotas a partir de R$ 1.000,00, então as menores para esse tipo de fundo, e foram colocadas à venda em todas as suas agências, inclusive no próprio edifício.

“Para quem procura um investimento sólido, apresentamos um que é feito de tijolo, cimento e aço”, dizia a publicidade de meia página nos jornais em que o produto era apresentado em dezembro de 2002. Foi uma iniciativa não só de negócio da Caixa, mas também uma ação estatal voltada para tentar diversificar e desenvolver o mercado de capitais no país e tentar estimular hábitos de investimento e poupança na população brasileira.

Ninguém previa naquela época que um dia a Caixa o deixaria em meio a uma grande disputa judicial que levou à entrega das chaves em 17 de março de 2021. O BTG Pactual informou, em 31/3, que está em andamento uma ação proposta pela Caixa contra o Fundo para obter a rescisão do contrato de locação do edifício a partir da entrega das chaves. A fase atual da ação é de vistoria do imóvel, segundo o documento.

No lançamento do fundo, há quase 20 anos, também não se imaginava que um dia viria uma pandemia que deixaria o Centro do Rio vazio e as pessoas trabalhando, comprando e fazendo suas movimentações financeiras digitalmente. Quem anda no Centro hoje, com a maior parte da população vacinada e sem obrigação de uso de máscaras, nota a grande quantidade de pessoas circulando nas ruas e restaurantes e lojas com movimentação aparentemente normal. Mas no período houve quem preferisse abrir escritórios em bairros mais residenciais como a Barra da Tijuca e as práticas de home office diminuíram em relação ao auge da pandemia, mas prosseguem. A faixa de “alugo” sobre o que era a entrada da grande agência no Edifício Almirante Barroso, voltada para a Avenida Rio Branco, está lá.

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