Vejamos agora as partes com mais detalhes. O Nubank anunciou na quarta-feira, 11/5, que está em fase de testes da solução tecnológica Nubank Cripto, desenvolvida em parceria com a empresa especializada em blockchain Paxos, para disponibilizar no seu aplicativo “nos próximos meses” aplicações a partir de R$ 1 em criptomoedas, começando com o bitcoin e a ethereum, também conhecida como ether. Segundo o Nubank, essas duas moedas respondem por 60% do mercado de cripto, que já soma em torno de US$ 2 trilhões no mundo.
A Paxos também é parceira do Mercado Pago, que desde dezembro oferecer a opção de compra e venda de criptomoedas no Brasil, e se diz empolgada com os 50 milhões de brasileiros que terão acesso a bitcoin e ethereum pela plataforma do Nubank. A Nu Holdings também anunciou na mesma data, em meio à grande queda de valor das criptomoedas no mercado nos últimos dias, a compra de bitcoin em valor equivalente a 1% do seu caixa, o que o Valor Investe observa que em dezembro correspondia a US$ 27,056 milhões.
Por sua vez, a XP Inc. anunciou nesta quinta-feira, 12/5, que está lançando uma nova plataforma de negociação de ativos digitais em parceria com a bolsa americana Nasdaq, onde a própria XP é listada, caracterizada pela identificação com tecnologia. De acordo com a XP, a nova plataforma se chamará XTAGE, estará 100% operacional ainda no segundo trimestre deste ano e em um primeiro momento oferecerá negociação de criptomoedas.
“No médio prazo, a XP planeja expandir sua oferta para incluir diversos tipos de ativos digitais, à medida que as tendências de mercado e o apetite dos investidores evoluam”, diz o texto da XP. Um ponto que vale notar é que o novo produto será integrado ao “ecossistema” da XP, o que deve facilitar o acesso dos 3,5 milhões de clientes da empresa por meio do aplicativo em seus celulares.
É digno de nota também que um fundo que busca replicar o índice de criptoativos da Nasdaq, o ETF HASH11, da gestora de criptoavios Hashdex e oferecido pelo Itaú desde o mês passado, é destaque entre os ativos da linha cripto negociados na B3. A bolsa brasileira divulgou, também na quinta-feira 12/5, que os contratos atrelados a criptoativos registrados na B3 movimentaram R$ 5,1 bilhões no primeiro trimestre, incluindo derivativos e Certificados de Operações Estruturadas (COE). Deste volume, 90% foi contratado por pessoas físicas e os ETFs, que são produtos que têm o objetivo de replicar índices, foram os principais ativos negociados. E entre os ETFs de criptoativos, o mais negociado na B3 é o HASH11.
Por fim, o substitutivo aprovado no Senado em 26/4 do projeto de lei para regulamentar o tema foi protocolado na semana passada na Câmara dos Deputados para seu segundo turno de tramitação em regime de urgência, aguardando despacho do presidente da Câmara para ir ao Plenário. O substitutivo do senador Irajá (PSD-TO) traz diretrizes para prestadoras de serviços de ativos virtuais e regulamenta o funcionamento dessas empresas, que precisarão ter autorização prévia de um órgão da administração a ser indicado pelo Executivo. Pela afinidade com o tema, as apostas sobre o possível regulador recaem sobre dois órgãos reguladores do mercado: a Comissão de Valores Mobiliários e o Banco Central. O PL original sobre o assunto foi uma iniciativa do deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade – RJ) em 2015
Por Adriana Chiarini